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partilha de saberes. Educadores da Rede de Educação Cidadã do Amazonas, Roraima e Acre participam de encontro em Manaus – em foco a Educação Popular dialogando com o fazer pedagógico.
Na busca de vivenciar a política de formação, qualificar o fazer pedagógico, educadores populares do Amazonas, Roraima e Acre, reúnem-se em Manaus, no período de 09 a 11 de outubro no Instituto de Permacultura da Amazônia, bairro Zumbi II – zona Leste de Manaus para aprofundarem a temática: história, concepção e método de Educação Popular, sob a assessoria de Conceição Paludo – Universidade Federal de Pelotas.
O encontro contou com a presença de 45 educadores dos coletivos estaduais que durante 3 dias buscaram vivenciar a educação popular a partir da história e do cotidiano de cada educador(a). Os momentos em grupos foram ricos e contribuíram para enriquecer as reflexões, fazer troca de experiências e perceber onde de fato precisamos avançar. Um momento significativo para olharmos para história de cada educador(a).
Destacamos que momentos como estes, onde os estados estão juntos, são importantes para que a Rede de Educação Cidadã se fortaleça na região, percebendo os fios que nos unem na rede, quais são os maiores desafios para se fazer educação popular na Amazônia. Buscamos afirmar o que nos une e clarear as dúvidas a respeito da história e da concepção da educação popular. Perguntas como: com quem fazemos educação popular no Amazonas, Acre e Roraima e para quê, foram importantes para esse momento, onde pararmos para olhar para os processo que se construiu até aqui. Neste sentido, não ficaram de fora reflexões sobre o que estamos pensando quando falamos de educação popular como política pública, como a Recid pensa sua continuidade sem apoio do governo. Os projetos em disputa nas eleições 2010, também mereceu destaque no encontro, afinal, não podemos ignorar a conjuntura política onde estamos mergulhados?
Conceição, para abordar a história e concepção de educação popular, trabalhou a linha do tempo, a partir de 1930, olhando para os processos que o país viveu, seus avanços e recuos. Os projetos que sempre foram disputados e em nome de quê e para quê. Em que momento se dá a concepção de educação que defendemos, para educação popular, qual sua função política e pedagógica.
Ficou claro que um dos desafios a serem enfrentados no cotidiano dos educadores(as) populares, perpassa pela concepção, pela metodologia, onde a intencionalidade política de cada ação desenvolvida pela Recid precisa ser pautada, reforçada cotidianamente se queremos romper com o modelo de sociedade que o capitalismo defende. Para isso, faz-se urgente e necessário, avançar nas análises, nas reflexões, se de fato queremos construir um outro país, fazer com que as pessoas enfrentem o cotidiano e assim serem sujeitos da história para que o poder popular aconteça.
Conceição nos convidou a seguirmos engajados neste fazer pedagógico, mostrou-nos que podemos ser luz onde quer que estejamos, que é possível fazermos a diferença nos espaços onde atuamos, na Universidade, nos movimentos sociais, nas comunidades, nos grupos onde a Recid está, enfim, no meio do povo.
Voltamos às bases certos de que há muito a fazer e que a RECID têm muito a contribuir nas aldeias, nas periferias, nos bairros, nas comunidades, nos lugares mais distantes deste país e cada educador(a) deve assumir esse compromisso.
O encontro foi encerrado com uma mística coordenado pelos educadores de Roraima, que trouxeram a simbologia da defumação “Maruai”, um ritual indígena onde cada participante pôde benzer seu companheiro e assim purificar a pessoa para espantar os maus espíritos e seguir insistindo na luta, perseguindo a utopia. “Os sonhos são faróis, feito sóis que acedem a alma e brilham em cada um de nós...”
Outubro, 2010
Por Hudson Dionsio – RECID RR e Vera Lúcia L. Barreto –Talher Nacional – fotos de Rosiete Barros –RECID AM.
