quarta-feira, 15 de agosto de 2012

Rede de Educação Cidadã Amazonas realiza Jornada Pedagógica





CONVITE


A RECID-Rede de Educação Cidadã é uma articulação formada com Educadores/as Populares, entidades e movimentos do Brasil que assumem solidariamente a missão de realizar processos sistemáticos de sensibilização, mobilização e educação popular. Nosso trabalho parte dos princípios da Educação Popular Critico-Freiriana com sua base fundamentada na realidade, fundamentação teórica e aplicação do conhecimento.
Nesse mês de agosto a RECID estará realizando em todo território nacional as Semanas Pedagógicas. O objetivo deste evento é contribuir para o aprofundamento e a difusão das praticas pedagógicas da Rede de Educação Cidadã, afim de que os grupos de base, movimentos, articulações e pessoas afins contextualizem a realidade pratica das políticas publicas na região e, em integração com a realidade nacional, problematizem teoria com a prática politica existente.
Em Manaus estamos estimulando a participação das lideranças comunitárias, grupos de base e movimentos sociais para participarem dessa reflexão. A jornada Pedagógica acontecerá na sexta feira, dia 17 de agosto no Centro de Formação da Arquidiocese de Manaus – CEFAM, sito na Avenida Joaquim Nabuco, 1023 - Centro. Onde iremos debater em rodas de conversas os temas:
Evento: Jornada Pedagógica
Dia: 17-Sexta-Feira

Manhã das 08hs às 12hs: Roda de conversa com analise de conjuntura sobre impactos e problemas causados pelos Megas Eventos e Megas Projetos promovidos na Amazônia – Marta Valéria (militante CPT)
Tarde das 14hs às 17hs: Momento de Animação; Exposição de vídeo; Roda de conversa sobre Comunicação e Práticas Pedagógicas da Educação Popular – Equipe Estadual RECID/AM.

Local: Centro de Formação da Arquidiocese de Manaus – CEFAM

Contamos com a participação de um ou dois representantes desta organização/ movimento/ entidade, para partilhar conosco este momento de aprendizado e partilha.



Atenciosamente

Equipe Estadual
Rede de Educação Cidadã Amazonas.

terça-feira, 14 de agosto de 2012

Início do Processo de Formação Continuada em Educação Popular e Políticas Públicas


No ultimo fim de semana iniciou-se a 1ª etapa do Processo de Formação Continuada em Políticas Públicas e Educação Popular realizada pela parceria da Rede de Educação Cidadã do Amazonas, Fundação Amazonas Sustentável e Instituto Agostín Castejon (Brasília). O encontro aconteceu no Auditório da Fundação Amazonas Sustentável em Manaus.

Neste primeiro encontro os temas abordados foram: Desafios da Educação Popular, Construção de Analise de Conjuntura e Registro e Sistematização.

Esta etapa começou na sexta feira, dia 10 de agosto, iniciamos com o grupo formado por educadores e educadoras populares, lideranças juvenis e sociais, lideres de comunidades ribeirinhas de reservas de desenvolvimento sustentável.

Começamos o encontro com um momento onde cada um e cada uma falou uma palavra de motivação e que queira descobrir neste curso, as palavras que surgiram foi: partilha, conhecimento, entusiasmo, perseverança, práxis, sabedoria, cooperação, compromisso, amizade, persistência.



Em seguida entramos no tema do encontro dialogando sobre os desafios da educação popular. Refletindo sobre o que temos hoje, podemos perceber que é tudo menos educação popular critica e transformadora.

Hoje há um discurso sem práxis, com manipulação, não tem fundamento de mobilização e controle social, existe um processo de educação bancária disfarçada de educação popular, projetos individuais, temos uma cultura do saber acadêmico e da violência.

Hoje temos muito educador/a social, mas não educador/a popular.

Educação popular é fundamentada no: uma educação entre sujeitos (SUJEITO); Os saberes são dialógicos e não monólogos; Parte da realidade concreta; Educação contextualizada do contexto de vida do povo, do sujeito, sua cultura, seu contexto de dominação; É uma educação dialogada e não imposta (nós nos libertamos e cada um tem o seu papel); Educação crítica, política e libertadora; Consciência de autonomia do sujeito;

A educação popular parte de um projeto político libertador que é marcado pela mística, requer entrega, impulsiona a viver a lutar por uma questão.     

A educação popular que queremos é baseada numa METANÓIA, processo de mudança quando a cabeça/visão vai além, ato da práxis, que é provocada a partir do conhecer, para a ação e consequentemente a transformação. O educador/a tem que ser um provocador/a da realidade.




Alem do dialogo sobre os desafios da educação popular fizemos um pequeno processo historio do surgimento da cultura política e sociais do povo brasileiro com seus mitos e seus traços, dos quais destacamos: violência; anulação; sociedade senhorial; privado versos público; dominação. Os traços individualistas, destacamos: esmolento/a – só sabe pedir, refém de assistencialismo; esperto/a – o EU sempre vem primeiro; vitima – alienada consciente, precisa sempre do senhorio – sistema patriarcal.

A partir do dialogo sobre educação popular o grupo foi convidado a se dividir em dois pequenos grupos e refletir sobre processos de como fazer uma analise de conjuntura, trazendo a realidade dos movimentos sociais e populares no Estado, iluminados/as pelo texto – Para fazer analise de conjuntura.
















Desta analise surgiu os seguintes olhares: os movimentos estão despolitizados, desorganizados, acomodados; buscam projetos individuais e particulares; confusão entre papeis, governo e movimentos sociais; não há uma historia de luta no Estado; cooptação de lideranças durante o governo populista; necessidade de empoderamento das lideranças; universidades têm as suas mazelas políticas e sociais, acaba tornando-se um instrumento do sistema.


















Percebe-se que estamos trabalhando na retórica, temos que levantar dados, sair do achismo, participar virando o jogo para a sociedade, conhecer sobre as prestações de contas mensais do poder público; fiscalizar as ações no sentido de fortalecer os espaços de controle social como os conselhos e outros.

Após a partilha da analise, encerramos o dia com o estudo sobre registro, fazendo leitura coletiva e dinâmica do texto – O papel do registro na formação do educador - de Madalena Freire com as seguintes provocações individuais:
·         Como eu registro e sistematizo a minha prática de educador/a?
·         Como meu grupo registra e sistematiza a sua prática.
·         Eu participo do registro e da sistematização do meu grupo no meu grupo.

No sábado dia 11 de agosto, a turma ainda muito animada e com novos participantes, começou o dia com café e dinâmica de apresentação com dança circular, cada participante dizia seu nome o no ritmo da dança circular os demais respondia: “Nós te acolhemos, te damos espaço e seguimos em frente”.



Fizemos memória do dia anterior, facilitada pela educadora Joelma Carvalho.

Durante toda manha de sábado, dividimos os participantes em dois grupos onde fizeram a leitura/ estudo do texto – Para sistematizar experiências de Oscar Jara e debateram sobre as políticas públicas para monitora durante o curso, a partir da realidade apresentada no dia anterior.

















Após o almoço os grupos partilharam o estudo e colocaram a proposta de quais políticas públicas irão ser estudadas e monitoradas pelos participantes do curso durante o período de três anos do mesmo.

Da partilha sobre o texto surgiram as seguintes observações:

Sistematizar possibilita: Compreender como desenvolver a experiência; Diferenciar os elementos constantes, ocasionais, sem continuidade, novas pistas, linhas de trabalho, vazios na ação; Perceber consolidações de processos, rupturas e desenvolvimento de processos; Perceber várias etapas do processo da ação; Diálogo entre saberes; Intercâmbio de aprendizagens e experiências; Extrair novos ensinamentos; Aprender e compartilhada; Ponto de partida (abordagem e aprofundamento teórico); Relacioná-lo a nível crítico.

Em relação as políticas publicas foram apresentadas pelo grupo muitas opções e no exercício de sistematizá-las o grupo optou por quatro que trazem as outras no momento do foco de cada uma. As opções foram: Conselhos; Educação; Economia Solidária; Questão Ambiental.

Na próxima etapa do curso, em outubro deste ano, o grupo se dividirá para o estudo de cada política apresentada.

Encerramos esta primeira etapa do curso com grande entusiasmo e perspectiva do processo de aprendizado. Com aquele gostinho de quero mais fizemos a dinâmica do braço coletivo sentindo a sinergia de cada um e cada uma. Nosso assessor do curso, volta pra Brasília com a mala cheia de novas experiências e uma pequena lembrança da musicalidade da região.