quinta-feira, 31 de janeiro de 2013

Carta pedagógica Juventude Amazonas



“Vários irmãos se recolhessem.
Vão em frente. Vários também escravizam sua mente.
Eu sei bem, quebro correntes e onde posso planto a minha semente.”
(Planet Hemp)


Muito bonito em saber do acontecimento de uma caminhada que não cansa, é um povo a mil pela justiça social. Parentes, nos entusiasma saber de um processo que a RECID vem remando, enfrentando no dia-dia as fragmentações deste país quanto aos direitos e deveres de um povo que aos pouco vem descobrindo sua autonomia, frente aos causadores das desordens sociais.

Há muito vem sendo realizada algumas leituras histórica das perspectivas tradicionais sobre a juventude, recuperando experiências de outras populações que enfrentam diferentes condições de marginalização, tais como: as mulheres, afrodescendentes, povos tradicionais, lésbicas, gays, entre outros.

Nós quanto juventudes que ao olhar da sociedade não passamos de uma etapa preparatória e\ou problemática, não negamos os grandes desafios que enfrentamos no meio das juventudes e nas estruturas sociais geradoras de morte. Um dos principais problemas que a juventude amazonense vem passando há anos, além da pobreza, falta de segurança, é a falta de uma política pública voltada diretamente para ela, que possa ver o jovem não como um problema social, mas sim uma pessoa de direitos e deveres, pois a mesma já tem consciência de sua participação e responsabilidade. Para tentar amenizar a falta de politicas publicas os governos simplesmente preferem investir em programas assistencialistas sem analisar o foco do problema, dando respostas simples a situações complexas, pois é preciso entender a juventude com toda sua pluralidade, diversidade cultural, social e política. Esse problema se agrava quando saímos da capital Manaus, muitos jovens se veem obrigados a sair de seu município para poder ter uma vida melhor, pois com a falta de oportunidade nos municípios, muitos jovens vão para vida do trafico de drogas e prostituição entre outras mazelas sociais.

O Amazonas ainda é um estado que em suas raízes possui fortes características da política oligárquica, exemplo dessas características se encontra no fato de que o tráfico de mulheres, crianças e de drogas tem como entre os seus vários acusados investigados pessoas que ocupam cargos públicos de alto escalão. De acordo com a Pesquisa sobre tráfico de mulheres e crianças para fins de exploração sexual comercial – PESTRAF o tráfico configura-se a partir de indicadores socioeconômicos relacionados a mercado, consumo, projetos de desenvolvimento, trabalho e migração e as regiões Norte e Nordeste são as que mais apresentam rotas de tráficos no âmbito nacional e internacional.

Diante desses fatos, não há dúvidas que exista a necessidade de criar um espaço politico e discussão que possibilite a análise dessas possíveis “politicas públicas voltadas para juventudes”, no estado do Amazonas.

A RECID/AM vem tentando pautar junto às juventudes fortalecimento da construção de um projeto popular e democrático de nação. Dando ênfase a Campanha Nacional Contra a Violência e o Extermínio de Jovens, mesmo ela sendo uma ação das PJ´s. Nós estamos conseguindo nos articular com outras organizações de juventudes no qual realizamos o Seminário Estadual (julho/2012), onde se desencadeou a articulação do Observatório das Juventudes de Enfrentamento a Violência. Estamos juntos na articulação do Fórum de Políticas Públicas Luzes de Lamparina do município de Iranduba, que veio a partir de uma organização protagonizada pela juventude do município que trabalhou o processo de formação política para acompanhar e fiscalizar o processo eleitoral do município.

Portanto os grupos, movimentos vêm lutando por direitos há décadas e mesmo com realidade desafiadora que vivemos hoje, não nos renderemos, pois é necessário atingir um público maior e que estamos determinados a contribuir com o desenvolvimento social, politico e cultural das juventudes, sabemos que o Amazonas é grande geograficamente, historicamente, mas acreditamos mais ainda na grandeza de seu povo que não para de sonhar e acreditar no poder popular.