terça-feira, 17 de dezembro de 2013

Carta Pedagógica


 “Não estamos perdidos. Pelo contrario, venceremos se não tivermos desaprendido a aprender”

Rosa Luxemburgo.



Saudação revolucionaria aos irmãos e irmãs que lutam pela criação de um Ethos Brasileiro/Amazônico pautado pela soberania da população, através da construção do Projeto popular.

Em um antigo artigo da Revista Vida Pastoral, editado em julho de 1994, O que é preciso para ser cidadão? Pe. Juvenal Arduine problematiza a construção histórica da cidadania com a seguinte reflexão: Para ser cidadão não basta ter certidão de nascimento, não basta votar, pagar tributos, obedecer a leis. Cidadania é compromisso histórico. É participação nas decisões e ações da sociedade. Cidadania é pluridimensional. É, ao mesmo tempo, participação politica, econômica, social, psíquica, cultural e ética. Assim, pautados por esta reflexão queremos nesta 2ª carta pedagógica de inicio partilhar um pouco do contexto politico, econômico e social do Estado do Amazonas.

Observando a construção da identidade Amazonense temos a plena consciência de que toda vez que a participação popular esteve organizada as oligarquias reagiram impedindo seu avanço. Sabemos que no decorrer de décadas que se criou uma distancia entre o povo amazonense e as elites que estão no poder. Os governos do Estado e dos Municípios administram as Politicas Sociais como se fossem “coisas” de sua casa particular, pior ainda é quando tal casa particular é empenhorada em nome de seus moradores sem que haja consulta. O que reflete uma cultura de gestão não compartilhada e de mandonismo.

Nosso estado apresenta graves problemas sociais, nas mais diversas áreas da vida e do cotidiano da população. Entre eles se destaca a corrupção politica, a privatização dos serviços públicos, a violação dos direitos dos trabalhadores e trabalhadoras do Polo Industrial e das frentes de trabalhos das grandes construtoras de obras, o trafico de mulheres, crianças, adolescentes e jovens, a crescente violação dos direitos humanos do seguimento LGBT. Também é uma região com um alto índice de violação dos direitos humanos das mulheres, situação que se acelera a cada dia com crianças exploradas sexualmente, violência domestica e familiar, trafico de meninas e mulheres, desemprego, racismo, preconceito ético, ameaças e homicídios. E assim as mulheres do Amazonas vão sobrevivendo quando não morrem pelas mãos dos seus maridos ou companheiros.

Somos uma cultura politica de subserviência, demonstrada de maneira mais clara no clientelismo empreendido por grupos políticos com o propósito de manutenção do poder político, pautada, sobretudo numa dependência partidária e politica dos prefeitos que apresentam fragilidade, ineficiência e má administração dos bens públicos. Imperando nesse arcabouço a corrupção dos poderes Executivos e Legislativos Municipais. Que segundo o TCE apresentam prestação de contas retalhadas, o que dão margem a desvio de recurso publico, particularmente com verbas voltadas para a área da educação, como é a verba da merenda escolar.

As violações dos direitos são maquiadas pela grande propaganda sobre o crescimento econômico do estado, no entanto por aqui se tem uma das cestas básicas com o valor mais alto do País. O crescimento econômico advindo do Polo Industrial de Manaus não está acompanhado de ganhos reais para os trabalhadores e trabalhadoras, seja no que se refere ao ganho salarial, seja no atendimento de serviços públicos básicos. O poder aquisitivo da classe trabalhadora aparentemente está abaixo daquilo que é suficiente para atender as demandas básicas de vida digna, o poder público não proporciona um serviço público de qualidade que atenda as demandas sociais da população.

Assim é que diante de uma orfandade social, politica e econômica do povo amazonense, abandonado pelos políticos, espoliado pela economia, escorraçado pelos detentores do poder, minados pela angustia, que a RECID AM se desafia a realizar o proposito e, sobretudo a missão da gestão compartilhada como processo de alternância e ruptura as matizes da cultura do mandonismo instalada na consciência e principalmente no inconsciente, que influencia mentalidades, julgamentos e valores. Por isto o cuidado que temos no gerir o dinheiro publico de maneira compartilhada e transparente numa condição de aprendizes, mas reaprendendo sempre a cada atividade realizada.

O NOSSO FAZER NA GESTÃO COMPARTILHADA (COMO ACONTECE A GESTÃO COMPARTILHADA NO ESTADO)

Estamos a caminhar pelas comunidades urbanas e ribeirinhas, e rumamos nosso jeito de ser a luz da realidade das populações, grupos e movimentos, do aprofundamento teórico e da aplicação do conhecimento. Nessas idas e voltas pelas estradas de asfalto, de chão batido, pelos caminhos de rios, lagos e igarapés, somos guiados pelo Projeto Político Pedagógico e nestes 10 anos de caminhada estamos sempre reaprendendo com a educação popular, vislumbramos horizontes políticos pautados desde os projetos que levem a superação da fome e da miséria, como também na busca de inclusão da Educação Popular como Política Publica.

Tem sido um tempo de muitos desafios, e que cada vez mais nos coloca frente às concepções racionalistas da velha concepção educativa bancaria, concebida pelo sistema de dominação capitalista. Por isso nossa luta é pautada no estigma da paixão, somos intimamente banhados e banhadas por essa força revolucionaria. E nesta lógica a Rede de Educação Cidadã do Amazonas vem buscando também a superação dos seus próprios limites, gestando sonhos e utopias, buscando sempre uma sustentabilidade política e pedagógica pautada na reflexão.

            No conjunto de ações desenvolvidas nossa gestão tem sido pautada sobre a organicidade politica da RECIDAM junto ao coletivo estadual, equipe contratada, grupos e movimentos acompanhados, conforme o próprio planejamento. Assim o fazer pedagógico da gestão compartilhada se dá desde os momentos de planejamento e realização das atividades pedagógicas, Intermunicipais, Rodas de conversas. Buscando sempre contar com o apoio dos grupos de base e dos parceiros.

LIMITES E DESAFIOS:

O período de julho a novembro 2013 foi permeado de muitos desafios, conflitos e desanimo; situações que se deram a partir do contingenciamento do convênio, visto que alguns acordos financeiros para custeio de atividades pedagógicas e Intermunicipais acordadas com alguns parceiros foram atropelados pela suspenção do recurso, ficando a RECIDAM em debito. Por outro lado, também nos fez refletir até onde vivenciamos a gestão compartilhada, promovendo na equipe contratada e educadores/as voluntários/as o fortalecimento da missão da Educação Popular e o papel de cada militante na sustentabilidade dessa missão com fins de não deixar o trabalho com a base enfraquecer, nos mantermos firmes na articulação, cumprir o que pautamos em nosso planejamento estratégico para 2013 e de estreitar dialogo com a entidade ancora estadual, nacional.

Mas para, além disso, se faz necessário destacar que os limites e desafios da Gestão compartilhada não se dá nas experiências advindas dos grupos populares e dos movimentos, estes já promovem a cultura do compartilhamento desde o café partilhado à gestão de suas ações. Os maiores desafios advêm das dinâmicas financeiras dos modelos burocratas que não concebem exigências postas pelos convênios com os tempos reais da vida do povo.

AVANÇOS E RESULTADOS ESPERADOS

Consideramos que mesmo com os limites existentes pelo formato de convenio, pelas dificuldades existentes, próprias do período que vivenciamos, ser avanços a manutenção do encontro mensal com o coletivo estadual, o encontro semanal da equipe contratada fazendo a avançar a analise, o debate, as reflexões e encaminhamentos, com distribuição de responsabilidades. Isto representa a manifestação e o compromisso pedagógico da gestão compartilhada

Sabemos que a educação popular é uma troca de experiências e confiança na outra pessoa, em uma busca constante e foi acreditando nisso e na missão que muitos educadores/as tiveram que arca com muitas despesas para o trabalho continuar, o coletivo ficou esmorecido, mas não deixamos o trabalho parar, com cooperação estamos conseguindo manter os trabalhos minimamente. Realizamos atividades todos os meses, mas não conseguimos manter a meta prevista de realização das atividades pedagógicas e dos intermunicipais planejados, entretanto graças às parcerias estabelecidas ao longo dos anos, realizamos duas audiências especiais em comemoração aos 10 anos da Recid, na assembleia legislativa e na câmara municipal de Manaus. Garantimos o debate no coletivo estadual e a participação de educadores/as em espaços estratégicos e que achamos importante para avanço político do trabalho, como a CONAE onde pautamos o debate sobre a educação popular como política pública.

Desta forma averiguamos que a RECID-AM, legitima a sua missão transformadora de inclusão social, através dos trabalhos de base nas áreas urbanas, rurais e ribeirinhas, possibilitando a reconstrução do tecido social por meio do protagonismo dos sujeitos/as envolvidos na própria ação.

Ternos abraços,
Rede de Educação Cidadã do Estado do Amazonas.


segunda-feira, 15 de julho de 2013

Momentos vivenciados na Jornada Pedagógica da RECID/AM

A Rede de Educação Cidadã neste ano de 2013 celebra 10 anos de caminhada bebendo da fonte da educação popular, a RECID do Amazonas celebrou este momento no mês de junho com a realização da Jornada Pedagógica, com tema: Plano Nacional de Educação Popular. Os momentos que vivenciamos na jornada foram momentos de reflexão sobre a educação popular a partir da realidade do estado. Mas no primeiro dia houve homenagens na Assembleia Legislativa do estado pela passagem dos 10 anos de caminhada da Rede de Educação Cidadã, lembramos-nos dos educadores e educadoras que começaram tecer este lindo sonho, sonhado coletivamente. Não esquecemos nem mesmo dos que já partiram para outro plano, neste momento lembramos com carinho do Wilson o qual foi representado pela família, que disse da alegria de estar recebendo aquela homenagem e o quanto o Wilson se dedicava a causa dos pequenos.

Os homenageados/as falaram da alegria que é/foi fazer parte deste caminhar da rede de educação cidadã, as “pescarias” que foram feitas, “peixes” bons que contribuíram para este caminhar onde somos hoje reconhecidos/as nesta casa, Assembleia Legislativa. Recebemos das mãos do Deputado Estadual José Ricardo (PT) duas placa de homenagem, uma para articulação da RECID local e outra para nacional.
















No inicio da noite deste dia trouxemos para roda as experiência vividas por cada um e cada uma que estava presente neste dia, este momento foi facilitado pelo educador Ribamar que fazendo uma analogia aos 10 anos da rede, “que ainda é uma criança e tem muito que crescer” nos pós a escrever o que uma criança de 10 anos trás pra nós, neste seu período de vida, na partilha houve falas: partilha, conhecimento, aprender, descobertas, teimosia... Em seguida de uma maneira bem mística a educadora Antonia nos convida a falar quem somos nós que caminhamos juntos. E assim terminamos a noite com essa rica experiência de vida de cada um e cada uma.




















No segundo dia após a acolhida do educador Ribamar e da educadora Antonia com o poema Ternura e Ousadia e uma dança circular onde cada um e cada uma cumprimentou o Deus que habita em cada um de nós.



















Passamos a vivenciar e partilhar as experiências de educação popular no estado, como o NEPE – Núcleo de Estudos e Pesquisas de Educação Popular da Universidade Federal do Amazonas, do Fórum Estadual de Educação de Jovens e Adultos, a experiência no campo com a Escola Familiar Rural, a experiência das Escolas Sindicais, assim como a educadora Lucinete que atua na Universidade do Estado de Amazonas, mas que já atuou na Associação de Educação Católica e do MEB que não foge a linha da educação popular mesmo dentro das estruturas formais. Todas as experiências afirmaram o quanto à educação popular é fundamental para a transformação das pessoas e da realidade em que vivem.




A educadora Ana Grijó do NEPE disse que A Educação Popular em Paulo Freire tem como foco os oprimidos. Que é aquele que estar fora das posses dos bens materiais produzidos. Onde surge uma necessidade de se construir uma educação que formasse um sujeito excluído para uma formação diferente da educação tradicional, que tem um viés escolástico, é autoritária, e é branca. A Educação Popular tem como propósito: transformação social; humanizadora;  Justiça, Igualdade e a Felicidade;
A professora encerra sua fala dizendo: “A educação popular surge como alternativa para a gente se livrar do chicote.”

Através de uma apresentação PowerPoint a professora Lucinete inicia pelo resgate da poesia da mística do dia anterior enfatizando que a partir dos relatos na mística os diversos laços que nos entrelaçam na construção da história dos excluídos no Brasil. E continua sua apresentação indagando: Porque Educação Popular? A professora acrescenta que a Universidade do Estado do Amazonas – UEA não há núcleo de educação popular. Mas, sua trajetória advém de experiências de grupos que trabalhavam com meninos de rua e por acreditarmos nesse tipo de educação. Ela enfatizou suas experiências, como professora e os desafios vividos pelos mesmos e coloca as semelhanças entre a educação no meio rural e urbano.

Nonata Correia trás a experiência da formação sindical partindo de um resgate histórico das experiências de formação sindica da Central única dos Trabalhadores – CUT, onde iniciou com o processo de formação dessa central sindical e a necessidade de formação das lideranças sindicais. Nesse sentido trouxe a Articulação Nacional dos Movimentos Sociais e Populares. Após apresentação a educadora fala como era o trabalho da formação sindical. O que é a Educação Popular para a Classe Trabalhadora Organizada. Onde o trabalho de formação tinha como foco trabalhar a formação dos trabalhadores. Houve a criação de um grupo que construiu uma metodologia para esse público, que uma das primeiras bandeiras foi à reformulação do currículo escolar. A educação deve ter 03 níveis: para os educadores; para as lideranças do sindicato (dirigentes); para a base.

O professor Nilton do Fórum EJA. Iniciou fazendo um resgate do encontro regional do Fórum EJA que em 2013 o tema principal foi A Diversidade Amazônica destacando que a Educação de Jovens e Adultos e a Educação Popular que são imprescindíveis, falar de Paulo Freire que dizia que a educação não muda o mundo muda as pessoas que mudam o mundo. Levantou que um dos grandes desafios é que continuamos a trabalhar a mesma forma de ensinar com adultos do campo e da cidade. Deu exemplos de situações com a Educação de Jovens e Adultos, onde na escola a metodologia é igual a da educação formal.

A professora Graça da Escola Familiar Rural, iniciou fazendo uma trajetória de sua experiência de vida dentro da educação popular. As Casas Familiares Rurais – Pedagogia em alternância ocorre no Baixo Amazonas (BVR e Parintins), mas que surge há 70 anos na França e em outros lugares do mundo. Com uma apresentação em Apresentação PowerPoint buscou relacionar a instituição IFAM como uma grande casa que se encaixa na proposta da educação no/do campo. E que no futuro criar um curso de Pós-graduação em Educação do Campo. Pilares da CEFA’s: desenvolvimento local; formação integral da pessoa. Como se dá a metodologia: temas Geradores. Princípios filosóficos e pedagógicos: Formação para compreensão e transformação social; Formação inter e transdisciplinar; realidade como objeto de estudo e fonte de conhecimento; Gestão democrática no desenvolvimento do processo pedagógico; Tempos e espaços formativos. Ferramentas metodológicas: Pesquisa participativa; Plano de estudo; Colocação em comum; Ficha pedagógica; Visita as famílias.
A professora Graça Passos enfatizou que a estratégia diante das distancias das famílias ribeirinhas é através do associativismo e da alternância onde os jovens são formados nos municípios onde há as escolas. A identidade de cada grupo se dá como cada um reconhece.





Após as experiências levantadas pelas instituições, abrimos para o debate outras partilhas dos participantes do evento.
Começamos com o professor Jorge apresentou sua entidade o Instituto Navegando e Lendo que trabalha um projeto de ‘fazer leitores’. Partem do pressuposto que as crianças têm um processo de criticidade (persuasão) muito grande e que através da leitura de livros podem aumentar esse senso de criticidade. Também há os jovens mediadores de leitura e o projeto bibliotecas na sala de aula.
Nonata traz algumas experiências de base e sua relação com a sustentabilidade local. Preocupação: a sistematização dessas experiências de educação popular e o nivelamento de saberes: encontro para base, encontro para educadores e encontro para lideranças.
Professora Ana Grijó reafirma mais ainda as instituições de ensino superior não conceberam a educação popular na sua estrutura o que ocorre é que a educação popular são iniciativas de grupos dentro da universidade fazendo com que a educação popular vá para os espaços formais de educação.
Ribamar relata que diante da discussão da Educação Popular como Política Publica traz o resgate que os povos sempre foram os construtores das políticas vigentes. A tarefa nossa é aprofundar o debate da educação popular como política pública diante do modelo das instituições de ensino vigente.
Florismar traz as experiências das MUSAS, onde mulheres que trabalham em roda com modelagem como forma superar problemas como a baixa autoestima. Outra ação das MUSAS é a valorização das benzedeiras como cultura tradicional diante do avanço das tecnologias.
Gláucio reforça a articulação dos grupos para participarem das conferencias municipais, onde ainda estiver acontecendo, e na estadual de Educação – CONAE.

Diante de varias falas encaminhamos os seguintes pontos a partir destas partilhas da manhã deste dia: articular os grupos para participarmos das conferencias municipais e na estadual de Educação – CONAE para afirmar a Educação Popular como política pública; articular encontros para preparar um seminário que debata as experiências de educação popular no Amazonas com o intuito de formular uma ementa de uma Pós-graduação em Educação Popular partindo das experiências já existentes e da necessidade dos diversos movimentos sociais e em parceria coma Universidade do Estado do Amazonas - UEA. Obs.: O nivelamento da formação deverá ser conforme o nível de público (base, lideranças e educadores).




































Na parte da tarde realizamos a partilha de experiências nos grupos específicos que a rede articula, como os movimentos de mulheres, observatório da juventude e a educação popular nas escolas publicas.



Janeide – educadora voluntaria e professora da rede publica trouxe sua pratica de educação popular na escola publica, apontando desafios, mas também conquistas. Expõem sobre sua chegada pela primeira vez na escola formal, explicitando a maneira como foi recebida pela direção da escola. O contexto colocado pela educadora foi com propósito de exemplificar que não existe o mínimo de interesse dos profissionais em humanizar a educação no espaço formal da escola. Expôs também sobre a realidade dos alunos e alunas, o que lhe possibilitou promover suas experiências e acúmulos na sala de aula;
Na abordagem a educadora contextualiza que a educação popular é uma filosofia que vai para além da escola formal; lembra também que os acúmulos da sua aprendizagem vêm da sua militância no CEBI e da sua participação na Rede de Educação Cidadã. 


Os jovens do Observatório da Juventude, Jonas e Jonatas (educadores voluntários da rede),  falaram do quanto à educação popular contribui com o fazer pedagógico que desenvolvem junto as juventudes, trazendo algumas frases significativas de Paulo Freire. Relatam sobre os desafios e os espaços que precisam ser conquistados. Foca também sobre as questões teóricas e as distancias que existem entre as praticas. Falam do trabalho junto a pastoral da juventude que tem seu método pautado sobre a teologia da libertação, que tem algumas praticas que envolve a educação popular.



O movimento de mulheres, Fórum Permanente de Mulheres de Manaus  e Musas,  falam das suas experiências junto às mulheres fazendo um processo de formação e transformação da sua realidade, colocando-se como protagonista desta história. Dinâmica sobre o ser, sua alma, sua realidade, motivação, sua organização. Reflexão sobre o direito da mulher que perpassa por todos os outros direitos. Levantamento do índice de violência praticado contra a mulher. Concluem falando do foco que tem sido a afirmação dos direitos com estudo de temas, organização das mulheres na defesa, manutenção e inclusão em políticas públicas.

Após as experiências levantadas abrimos para contribuição da plenária que saíram as seguintes colaborações com apoio e inquietações sobre nosso trabalho.

Vasconcelos – militante do Comitê popular da Copa, nos instiga a refletir sobre o Estado que temos e o Estado que queremos. O estado burguês que temos não nos permite avançar para uma mudança por justiça no Brasil. faz se necessário não só conquistar e garantir políticas públicas, mas perceber que os governos de fato não tem interesse de implementarem um projeto que reconheça os sujeitos como detentores do estado. Na atualidade os movimentos sociais, em sua maioria, estão atrelados aos governos através de convênios, e com isto se encontram desmobilizados, pois não se contrapõe a política que ai está.

Janeide - É preciso ocupar para transformar, se for pra ir pros espaços públicos pra aceitar as coisas como estão, será contraditório temos que ir para os espaços públicos para transformar. Trabalha a educação popular nas escolas te trás comprometimento e responsabilidade e isso dar trabalho e preciso ter comprometimento com a causa.

Jonas – a proposta política para os jovens no Brasil hoje é de “bestializar” a juventude. Com essa grande onda neopentecostal. Nos muitas vezes deixamos nosso ego falar mais alto e não conseguimos mais botar o pé no chão, estamos já em outro “nível”. E esquecemos nossas bases e nossa história. Hoje não é a sociedade civil que controla o poder publico é o poder publico que controla a sociedade civil. Temos que lutar por uma sociedade igualitária,  ou se constrói a novidade ou vamos viver andando atrás do nosso rabo.

Flor - Quando participamos do debate da CONAE percebemos que a escola não esta nem ai pra comunidade onde atua. Não chama a comunidade pra dialogar sobre a educação e muitas vezes não reconhece as lideranças locais. Muitas escolas não são abertas pra comunidades. Vemos que voltar a “roer” por dentro pra tomar o poder, trazendo essa questão do poder popular.

 Encaminhamos deste momento da tarde, que o debate sobre Estado e democracia será aprofundado em nosso intermunicipal do mês de agosto com o tema: A questão do Estado Moderno.


















Terminamos este encontro sabendo que os debates são bons para seguirmos reafirmando e refletindo em torno da política nacional de educação e na certeza de que: o sonho não acabou, só se constrói algo novo ouvindo, debatendo, questionando. É a partir de um exemplo que se constrói outro. 

“EDUCAÇÃO POPULAR! QUE SE CUMPRA, QUE SE CUMPRA!!!”



quinta-feira, 27 de junho de 2013

A plebe e a nobreza

A esperança é que se abram os canais entre a plebe e o trono, o clamor popular encontre ouvidos no castelo, as demandas sejam prontamente atendidas
26/06/2013
Frei Betto
Era uma vez um reino governado por um rei despótico. Sua majestade oprimia os súditos e mandava prender, torturar, assassinar quem lhe fizesse oposição. O reino de terror prolongou-se por 21 anos.
Os plebeus, inconformados, reagiram ao déspota. Provaram que ele estava nu, denunciaram suas atrocidades, ocuparam os caminhos e as praças do reino, até que o rei perdesse a coroa.
Vários ministros do rei deposto ocuparam sucessivamente o trono, sem que as condições econômicas dos súditos conhecessem melhoras. Decidiu-se inclusive mudar a moeda e batizar a nova com um título nobiliárquico: real.
Tal medida, se não trouxe benefícios expressivos à plebe, ao menos reduziu as turbulências que, com frequência, afetavam as finanças da corte.
Ainda insatisfeita, a plebe logrou conduzir ao trono um dos seus. Uma vez coroado, o rei plebeu tratou de combater a fome no reino, facilitar créditos aos súditos, desonerar produtos de primeira necessidade, ao mesmo tempo em que favorecia os negócios de duques, condes e barões, sem atender aos apelos dos servos que labutavam nas terras de extensos feudos e clamavam pelo direito de possuir a própria gleba.
O reino obteve, de fato, sucessivas melhoras com o rei plebeu. Este, porém, aos poucos deixou de dar ouvidos à vassalagem comum e cercou-se de nobres e senhores feudais, de quem escutava conselhos e beneficiava com recursos do tesouro real. Obras suntuosas foram erguidas, devastando matas, poluindo rios e, o mais grave, ameaçando a vida dos primitivos habitantes do reino.
Para assegurar-se no poder, a casa real fez um pacto com todas as estirpes de sangue azul, ainda que muitos tivessem os dedos multiplicados sobre o tesouro real.
Do lado de fora do castelo, os plebeus sentiam-se contemplados por melhorias de vida, viam a miséria se reduzir, tinham até acesso a créditos para adquirirem carruagens próprias.
Porém, uma insatisfação pairava no reino. Os vassalos eram conduzidos ao trabalho em carroças apertadas e pagavam caros reais pelo transporte precário. As escolas quase nada ensinavam além do beabá, e os cuidados com a saúde eram tão inacessíveis quanto as joias da coroa. Em caso de doença, os súditos padeciam, além das dores do mal que os afetava, o descaso da casa real e a inoperância de um SUStema que, com frequência, matava na fila o paciente em busca de cura.
Os plebeus se queixavam. Mas a casa real não dava ouvidos, exceto aos aplausos refletidos nas pesquisas realizadas pelos arautos do reino.
O castelo isolou-se do clamor dos súditos, sobretudo depois que o rei abdicou em favor da rainha. Infestado de crocodilos o fosso em torno, as pontes levadiças foram recolhidas e as audiências com os representantes da plebe canceladas ou, quando muito, concedidas por um afável ministro que quase nenhum poder tinha para mudar o rumo das coisas.
Em meados do ano, a corte promoveu, com grande alarde, os jogos reais. Vieram atletas de todos os recantos do mundo. Arenas magníficas foram construídas em tempo recorde, e o tesouro real fez a alegria e a fortuna de muitos que orçavam um e embolsavam cem.
Foi então que o caldo entornou. A plebe, inconformada com o alto preço dos ingressos e o aumento dos bilhetes de transporte em carroças, ocupou caminhos e praças. Pesou ainda a indignação frente a impunidade dos corruptos e a tentativa de calar os defensores dos direitos dos súditos contra os abusos dos nobres.
A vassalagem queria mais: educação da qualidade à que se oferecia aos filhos da nobreza; saúde assegurada a todos; controle do dragão inflacionário cuja bocarra voltara a vomitar chamas ameaçadoras, capazes de calcinar, em poucos minutos, os parcos reais de que dispunha a plebe.
Então a casa real acordou! Archotes foram acesos no castelo. A rainha, perplexa, buscou conselhos junto ao rei que abdicara. Os preços dos bilhetes de carroças foram logo reduzidos.
Agora, o reino, em meio à turbulência, lembra que o povo existe e detém um poder invencível. O castelo promete abrir o diálogo com representantes da plebe. Príncipes hostis à rainha ameaçam tomar-lhe o trono. Paira no horizonte o perigo de algum déspota se valer do descontentamento popular para, de novo, impor ao reino o regime de terror.
A esperança é que se abram os canais entre a plebe e o trono, o clamor popular encontre ouvidos no castelo, as demandas sejam prontamente atendidas.
Sobretudo, dê a casa real ouvidos à voz dos jovens reinóis que ainda não sabem como transformar sua indignação e revolta em propostas e projetos de uma verdadeira democracia, para que não haja o risco de retornarem ao castelo déspotas corruptos e demagogos, lacaios dos senhores feudais e de casas reais estrangeiras.

 Frei Betto é escritor, autor de “Aldeia do silêncio” (Rocco), entre outros livros.

sábado, 15 de junho de 2013

RECID AMAZONAS realiza nos dias 21 a 23 de junho a Jornada Pedagógica: Política Nacional de Educação Popular.






Jornada Pedagógica


Tema: Política Nacional de Educação Popular.


A RECID – Rede de Educação Cidadã é uma articulação formada com Educadores/as Populares, entidades e movimentos do Brasil que assumem solidariamente a missão de realizar processos sistemáticos de sensibilização, mobilização e educação popular. Nosso trabalho parte dos princípios da Educação Popular Critico-Freiriana com sua base fundamentada na realidade, fundamentação teórica e aplicação do conhecimento.

No mês de junho, nos dias 21 a 23, a RECID do Amazonas estará realizando a Jornada Pedagógica, Tema: Política Nacional de Educação Popular; o evento contará com a participação da comunidade local, professores e professoras da rede municipal de ensino, bem como militantes que atuam na área da educação popular. O objetivo é fomentar o dialogo com os movimentos sociais e populares sobre a política nacional de educação popular, em função da celebração dos 10 anos da RECID.

As atividades desta jornada serão pautadas pela mística, partilha de experiências sobre a concepção da educação popular em dois painéis, estudo em grupo, partilha do estudo em plenária, momentos de amostra de empreendimentos na linha da ECOSOL, construção de cartas pedagógicas e avaliação.

Iniciaremos nosso jornada no dia 21 com a audiência pública na Assembléia Legislativa do Amazonas em comemoração as 10 anos de caminhada da Rede de Educação Cidadã. na noite deste dia teremos nosso 1º Painel sobre Atualidades da educação Popular tarefas e desafios. no sábado segundo dia da Jornada teremos um painel sobre Experiencias da Educação Popular no estado. Trazendo para o debate a educação popular como política pública. No ultimo dia do evento, domingo, terá apresentação das cartas pedagógicas elaboradas nas oficinas sugeridas, sobre educação popular: nas escolas publicas, grupos de mulheres, juventude e outros.

Estamos estimulando a participação das lideranças comunitárias, profissionais da educação, grupos de base e movimentos sociais para participarem dessa reflexão. Os paineis da Jornada Pedagógica acontecerá na Escola Municipal Professora Jarlece da Conceição Zaranza sito Rua Ramos D, bairro Amazonino Mendes, ao lado do 27º Batalhão da Polícia Militar.

Venha junto participar deste grande Ajuri da educação popular.


Atenciosamente

Equipe Estadual

Rede de Educação Cidadã Amazonas.

quarta-feira, 17 de abril de 2013

PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO RECID AMAZONAS





PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO RECID AMAZONAS

PERÍODO: ABRIL A OUTUBRO DE 2013

Apresentação:

                              Ao aproximar-se o inicio das atividades deste novo projeto/convenio, a Rede de Educação Cidadã do Amazonas, com um Pé Dentro e um Pé Fora, cumpre papel fundamental na organização do povo. Assim, compreendemos que somos um corpo em movimento e uma rede em construção. Em nossa analise destacamos os acúmulos construídos nas cartas pedagógicas, intermunicipais, encontros e oficinas, bem como, das analises e reflexões realizadas durante a preparação do nosso planejamento. Assim, Sendo corpo em movimento e rede em ascendência, mesmo com nossas limitações e fragilidades, estamos denunciando e anunciando, como diz Frei Betto:
“Se o ser humano não se descobre cidadão sujeito histórico, até mesmo suas aspirações mais elementares como alimentação, saúde, educação, trabalho, moradia e cultura ficam confinadas ao paradigma liberal-burguês. Busca-se apenas a melhoria das condições de vida, o que é justo. Mas não é suficiente. É preciso modificar também a nossa maneira de pensar, a nossa postura, as nossas atitudes, a nossa escala de valores. Eis o papel da Educação Popular”.

Isto tem nos permitido avançar com grande motivação para participarmos de uma cidadania coletiva onde sua proposta é de um projeto histórico que responda às necessidades vitais da sociedade.
                             
                              Finalmente, reafirmamos que nossa busca, a luz da metodologia da Educação Popular, é para que os cidadãos, homens e mulheres Amazonenses, das áreas onde estaremos atuando neste primeiro semestre de 2013, reencontrem o censo critico. Pois a criticidade leva as pessoas a questionarem fatos, injustiças, autoritarismo, nepotismo, corporativismo e pobreza crônica.

Analise da Realidade Ampla

O capital avança cada vez mais no sentido de acumular mais capital; e mais recentemente há um processo de mercantilização da natureza, tornando a natureza mercadoria. As novas formas do capital se manter, inclusive em regiões como a nossa, tem sido o credito de carbono - RED. Uma das estratégias própria do capital tem sido a criação da bolsa de valores que tem o propósito de gerir os créditos de carbono impondo valores de consumo do ar que respiramos. Assim uma empresa que mais polui paga um valor, justificando dessa maneira que existe uma preocupação dos governos sobre o meio ambiente. Com isto se mascara e controla a política ambiental permitindo a negociação de interesses de empresas sobre o meio ambiente com outros países.

Somos um País em crescimento, entretanto ainda estamos atrelados às políticas de Neo-Desenvolvimentismo. Uma forte ideia de crescer a qualquer custo, e isto esta posto no IRSA, projeto que desenha o modelo de desenvolvimento para a América latina. Por isto, é que no PAC se tem mais de setenta hidrelétricas planejadas para esta região. BELO MONTE é um exemplo desse crescimento. O que não se vê é o lado das pessoas que já habitam há séculos naquela região. O documentário ANÚCIO DE UMA GUERRA mostra bem a realidade vivenciada pelos povos indígenas. No contexto da construção dessas hidrelétricas se geram vários outros problemas sociais que envolvem o trafico e exploração sexual de mulheres, crianças, adolescentes e jovens; a exploração da mão de obra dos trabalhadores/as e tantos outros.

A região amazônica historicamente sempre despertou diversos interesses econômicos e políticos. O desenvolvimento da região tem sido baseado na implementação de megaprojetos que atendem os interesses do capital, confrontando na maioria das vezes com as particularidades da região e os interesses das populações locais. As propostas de desenvolvimento, em geral, são concebidas de fora para dentro, não considerando a dinâmica sociocultural da região.

O estado do Amazonas apresenta graves problemas sociais, nas mais diversas áreas da vida e do cotidiano da população. Entre eles se destaca a corrupção politica, a privatização dos serviços públicos, a violação dos direitos dos trabalhadores e trabalhadoras do Polo Industrial e das frentes de trabalhos das grandes construtoras de obras, o trafico de mulheres, crianças, adolescentes e jovens, a crescente violação dos direitos humanos do seguimento LGBT. Também ainda é uma região com um alto índice de violação dos direitos humanos das mulheres, situação que se acelera a cada dia. Crianças exploradas sexualmente, violência domestica e familiar, trafico de meninas e mulheres, desemprego, racismo, preconceito ético, ameaças e homicídios, assim as mulheres do Amazonas vão sobrevivendo quando não morrem pelas mãos dos seus maridos ou companheiros. Corrobora com isso, a prática política dos governantes e dos grupos políticos que protagonizam os espaços institucionais da vida política do estado. É uma cultura política de subserviência, demonstrada de maneira mais clara no clientelismo empreendido por grupos políticos com o propósito de manutenção do poder político, pautada, sobretudo numa dependência partidária e politica dos prefeitos que apresentam fragilidade, ineficiência e má administração dos bens públicos. Imperando nesse arcabouço a corrupção dos poderes Executivos e Legislativos Municipais. Que segundo o TCE apresentam prestação de contas retalhadas, o que dão margem a desvio de recurso publico, particularmente com verbas voltadas para a área da educação, como é a verba da merenda escolar. Isto se dá também por conta das alternâncias de prefeitos, fato que ocorre na região devido a crimes eleitorais ou o envolvimento com o crime de pistolagem.

As violações dos direitos são maquiadas pela grande propaganda sobre o crescimento econômico do estado, no entanto por aqui se tem uma das cestas básicas com o valor mais alto do País. O crescimento econômico advindo do Polo Industrial de Manaus não estar acompanhado de ganhos reais para os trabalhadores e trabalhadoras, seja no que se refere ao ganho salarial, seja no atendimento de serviços públicos básicos. O poder aquisitivo da classe trabalhadora aparentemente está abaixo daquilo que é suficiente para atender as demandas básicas de vida digna, o poder público não proporciona um serviço público de qualidade que atenda as demandas sociais da população.

Realidade dos territórios e grupos com os quais iremos atuar

Manaus, capital do estado, onde se concentra em media dois milhões de pessoas, a receita tributaria do primeiro semestre fechou com alta de 22%, sendo o IPTU o imposto que mais teve ascensão arrecadando mais de R$ 47,8 milhões. No geral este percentual representa que de janeiro a junho o município faturou mais de R$ 341,2 milhões. Segundo o jornal a critica, o Secretario Municipal de Finanças, Planejamento e Tecnologia da Informação (SEMEF), afirma que os números positivos refletem a atual eficiência da maquina arrecadadora e da administração municipal. Ao contrario da “eficiência” da maquina arrecadadora a cidade se arrasta com um “pandemônio”, o que reflete justamente uma concepção “arquétipo oligárquico” dos gestores municipal e estadual, onde a mentalidade que impera é a de que as elites são cortejadas, o povo depreciado, pois é tido como incapaz para decidir. Sendo a elite, em muitos casos corruptos, a mais valorizada do que o trabalhador e trabalhadora manauara. Exemplo disso tem sido a concentração de serviços e melhoria de infra estrutural nas áreas nobres da capital, enquanto que bairros inteiros sofrem com a falta de saneamento básico, com péssimos serviços prestados na área de abastecimento de água, saúde, transportes públicos e outros.

No caso especifico do abastecimento de água, o PROAMA - Programa de Águas para Manaus, ainda veiculado na gestão do Ex Govenador, e atual Senador, Eduardo Braga, tem sido até o presente momento apenas promessas, não saiu do papel. O programa apresentado pelos governos estadual e municipal tem projeção de atender 500 mil pessoas, particularmente nas duas maiores zonas da cidade, Norte e Leste. O programa que foi lançado em 2008, está com atraso de quase dois anos na execução, e já foram gastos recursos publico estadual na ordem de R$ 365 milhões, sendo que o projetado inicialmente era de 249 milhões. Este serviço ainda não saiu por questões política que implicam estratégias e articulações para manter o povo órfão e reféns dos períodos eleitorais, sejam da política estadual como da municipal. Outro caso exploratório tem sido o “rolo compressor” na construção da Arena da Amazônia. Onde os processos impactantes dessa obra, em função da copa para 2014, preveem a limpeza da cidade, ou seja, os pobres serão removidos para áreas distantes do centro comercial com o fim de mostrar aos turistas a beleza da cidade. Fato este que já vem sendo realizado no centro comercial da cidade

Região do Entorno Manaus e Municípios do Baixo Amazonas

No interior do estado as demandas sociais são mais graves, a ausência do poder público na resolução dos problemas sociais, gera um descaso com as cidades, violando direitos sociais e a falta de políticas para atender as populações. Como um todo o estado do Amazonas apresenta um crescimento desordenado das cidades, o aumento da violência urbana, a má qualidade dos serviços de educação, saúde, transporte e assistência social a mulher, a criança, adolescente, a juventude e ao idoso e idosa e, além do cerceamento ao acesso à cultura, lazer e esporte, dentre outros aspectos fundamental da vida social, isto tudo externam as desigualdades sociais e econômicas existentes no estado.

PROGRAMA DE FORMAÇÃO ESTADUAL:

Primeiro semestre de 2013: 30 de abril a 30 de outubro

OBJETIVO:
Qualificar ações para o empoderamento dos envolvidos e envolvidas na RECID do Amazonas que se encontram em situação de vulnerabilidade social e vítima de violação de direitos, visando à garantia dos direitos humanos, o fortalecimento da cidadania, à inserção produtiva e a ampliação do acesso aos espaços de construção de políticas públicas.

METODOLOGIA:
Buscamos desenvolver processos para uma formação continuada, que parte das realidades socioeconômicas e politicas dos envolvidos e envolvidas. Dialogando com as lutas e o Plano Nacional. Este principio é fundamentado a luz do Projeto Politico Pedagógico da RECID. Assim, olhando o cenário amplo, regional e as lutas pela garantia dos direitos humanos das pessoas envolvidas, queremos partir do:

·         Estudo da Realidade, preservando a realidade imediata das pessoas;
·         Aprofundamento Teórico visando, sobretudo o conhecimento das dimensões da realidade Global e local;
·         Aplicação do Conhecimento como um instrumento que descontrói velhos paradigmas e reconstrói novas visões, promovendo uma ação libertadora.

Assim faremos um processo de nucleação, articulação e mobilização das comunidades, áreas, grupos populares e movimentos para formação continuada; fortalecendo os coletivos já existentes, Manaus e região do Baixo Amazonas, e ampliando para outros espaços, através da realização do Programa de Formação Estadual, das reuniões mensais para planejamento das atividades pedagógicas, monitoramento das ações previstas e estudo, bem como mantendo um encontro semanal com a equipe contratada de educadores educadoras populares e realizando a gestão compartilhada das ações e dos recursos financeiros.

LINHAS PRIORITÁRIAS DE AÇÃO DA RECID AMAZONAS:
1.      Formação e trabalho de base numa perspectiva de recomposição dos grupos e movimentos que integram a Rede de Educação Cidadã (PNF);
2.      Articulação das lutas e ações com os Movimentos Sociais, Articulações em Redes e Grupos de Bases para o fortalecimento da RECID no Amazonas, bem como para os processos de construção da Politica Nacional de Educação popular;
3.      Radicalização da Democracia: Entendendo-a não só como participação nos espaços institucionais, mas como democratização do poder, da comunicação, do acesso aos serviços básicos de saúde, educação, cultura e assistência social;
4.      Fortalecimento de ações, na perspectiva da Gestão Compartilhada que acumulem para a construção do Projeto Popular para o Brasil.
A)    INTERMUNICIPAIS
·         Reforma Política e Estado: (Maio de 2013)
·         Educação Popular como Política Publica (Agosto)
·         Avaliação e Planejamento para o segundo semestre de 2013 (Outubro)

B)    COMUNICOTECA JORNADA PEDAGÓGICA E CIRANDA:
·         Comunicoteca: O Estado que temos e o papel da Educação e da Comunicação na reprodução social: segunda semana de junho: 21 de Junho
·         Jornada pedagógica – Construindo a Politica Nacional de Educação Popular – final de junho
·         Ciranda da  Educação Popular - Expressões dos oprimidos e oprimidas: primeira semana de setembro

C)    ATIVIDADES PEDAGÓGICAS LOCAIS (OFICINAS): neste primeiro semestre serão realizadas 78 atividades pedagógicas

TEMAS:
·         Juventudes,
·         Mulheres, cultura indigena
·         Gênero
·         Direitos humanos para o segmento LGBT
·         Economia Solidária
·         Comunicação Popular e Democrática.
Política e Estado
Democracia Direta e Participativa
Luta contra as Privatizações
Cidadania Participativa: Conceito de Economia verde
·         Resistência Territorial e Organização nos Espaços de Trabalho
·         Reforma Agrária (regularização de terras de várzea
·         Direitos Humanos e Habitação
·         Megas Eventos e Megas Projetos