quarta-feira, 10 de outubro de 2012


Intermunicipal Rede de Educação Cidadã Amazonas

“É preciso que a sociedade se mantenha mobilizada e caminhe para transformar nossa democracia, que por enquanto é meramente representativa, numa democracia participativa”.
Frei Betto.

A RECID-Rede de Educação Cidadã é uma articulação formada com Educadores/as Populares, entidades e movimentos do Brasil que assumem solidariamente a missão de realizar processos sistemáticos de sensibilização, mobilização e educação popular. Nosso trabalho parte dos princípios da Educação Popular Critico-Freiriana com sua base fundamentada na realidade, fundamentação teórica e aplicação do conhecimento.

No mês de outubro, nos dias 11 a 14, a RECID do Amazonas estará realizando um Intermunicipal, Tema: Nos Remansos dos Rios, Reaprendendo a Educação Popular; o evento irá reunir 40 pessoas vindas dos municípios de Manaus, municípios do entorno Manaus e da região do Baixo Amazonas. O objetivo é contribuir para o aprofundamento da concepção e a difusão da Educação Popular a fim de dar visibilidade às praticas pedagógicas da Rede de Educação Cidadã do Amazonas, através dos grupos de base, movimentos, fóruns e parceiros, problematizando a realidade e as práticas políticas existentes.

Iniciaremos o encontro na quinta feira, 11 de outubro, com uma RODA DE CONVERSA com o tema: Educação Popular Concepção de Mundo e Opção Ideológica. A Roda de conversa acontecerá no Sindicato dos Metalúrgicos do Amazonas a partir das 14h.


 As atividades deste intermunicipal serão pautadas pela mística, partilha de experiências sobre a concepção da educação popular, estudo em grupo, partilha do estudo em plenária, carrossel de oficinas, construção de cartas pedagógicas e avaliação.

Equipe Estadual RECID/AM.


quarta-feira, 15 de agosto de 2012

Rede de Educação Cidadã Amazonas realiza Jornada Pedagógica





CONVITE


A RECID-Rede de Educação Cidadã é uma articulação formada com Educadores/as Populares, entidades e movimentos do Brasil que assumem solidariamente a missão de realizar processos sistemáticos de sensibilização, mobilização e educação popular. Nosso trabalho parte dos princípios da Educação Popular Critico-Freiriana com sua base fundamentada na realidade, fundamentação teórica e aplicação do conhecimento.
Nesse mês de agosto a RECID estará realizando em todo território nacional as Semanas Pedagógicas. O objetivo deste evento é contribuir para o aprofundamento e a difusão das praticas pedagógicas da Rede de Educação Cidadã, afim de que os grupos de base, movimentos, articulações e pessoas afins contextualizem a realidade pratica das políticas publicas na região e, em integração com a realidade nacional, problematizem teoria com a prática politica existente.
Em Manaus estamos estimulando a participação das lideranças comunitárias, grupos de base e movimentos sociais para participarem dessa reflexão. A jornada Pedagógica acontecerá na sexta feira, dia 17 de agosto no Centro de Formação da Arquidiocese de Manaus – CEFAM, sito na Avenida Joaquim Nabuco, 1023 - Centro. Onde iremos debater em rodas de conversas os temas:
Evento: Jornada Pedagógica
Dia: 17-Sexta-Feira

Manhã das 08hs às 12hs: Roda de conversa com analise de conjuntura sobre impactos e problemas causados pelos Megas Eventos e Megas Projetos promovidos na Amazônia – Marta Valéria (militante CPT)
Tarde das 14hs às 17hs: Momento de Animação; Exposição de vídeo; Roda de conversa sobre Comunicação e Práticas Pedagógicas da Educação Popular – Equipe Estadual RECID/AM.

Local: Centro de Formação da Arquidiocese de Manaus – CEFAM

Contamos com a participação de um ou dois representantes desta organização/ movimento/ entidade, para partilhar conosco este momento de aprendizado e partilha.



Atenciosamente

Equipe Estadual
Rede de Educação Cidadã Amazonas.

terça-feira, 14 de agosto de 2012

Início do Processo de Formação Continuada em Educação Popular e Políticas Públicas


No ultimo fim de semana iniciou-se a 1ª etapa do Processo de Formação Continuada em Políticas Públicas e Educação Popular realizada pela parceria da Rede de Educação Cidadã do Amazonas, Fundação Amazonas Sustentável e Instituto Agostín Castejon (Brasília). O encontro aconteceu no Auditório da Fundação Amazonas Sustentável em Manaus.

Neste primeiro encontro os temas abordados foram: Desafios da Educação Popular, Construção de Analise de Conjuntura e Registro e Sistematização.

Esta etapa começou na sexta feira, dia 10 de agosto, iniciamos com o grupo formado por educadores e educadoras populares, lideranças juvenis e sociais, lideres de comunidades ribeirinhas de reservas de desenvolvimento sustentável.

Começamos o encontro com um momento onde cada um e cada uma falou uma palavra de motivação e que queira descobrir neste curso, as palavras que surgiram foi: partilha, conhecimento, entusiasmo, perseverança, práxis, sabedoria, cooperação, compromisso, amizade, persistência.



Em seguida entramos no tema do encontro dialogando sobre os desafios da educação popular. Refletindo sobre o que temos hoje, podemos perceber que é tudo menos educação popular critica e transformadora.

Hoje há um discurso sem práxis, com manipulação, não tem fundamento de mobilização e controle social, existe um processo de educação bancária disfarçada de educação popular, projetos individuais, temos uma cultura do saber acadêmico e da violência.

Hoje temos muito educador/a social, mas não educador/a popular.

Educação popular é fundamentada no: uma educação entre sujeitos (SUJEITO); Os saberes são dialógicos e não monólogos; Parte da realidade concreta; Educação contextualizada do contexto de vida do povo, do sujeito, sua cultura, seu contexto de dominação; É uma educação dialogada e não imposta (nós nos libertamos e cada um tem o seu papel); Educação crítica, política e libertadora; Consciência de autonomia do sujeito;

A educação popular parte de um projeto político libertador que é marcado pela mística, requer entrega, impulsiona a viver a lutar por uma questão.     

A educação popular que queremos é baseada numa METANÓIA, processo de mudança quando a cabeça/visão vai além, ato da práxis, que é provocada a partir do conhecer, para a ação e consequentemente a transformação. O educador/a tem que ser um provocador/a da realidade.




Alem do dialogo sobre os desafios da educação popular fizemos um pequeno processo historio do surgimento da cultura política e sociais do povo brasileiro com seus mitos e seus traços, dos quais destacamos: violência; anulação; sociedade senhorial; privado versos público; dominação. Os traços individualistas, destacamos: esmolento/a – só sabe pedir, refém de assistencialismo; esperto/a – o EU sempre vem primeiro; vitima – alienada consciente, precisa sempre do senhorio – sistema patriarcal.

A partir do dialogo sobre educação popular o grupo foi convidado a se dividir em dois pequenos grupos e refletir sobre processos de como fazer uma analise de conjuntura, trazendo a realidade dos movimentos sociais e populares no Estado, iluminados/as pelo texto – Para fazer analise de conjuntura.
















Desta analise surgiu os seguintes olhares: os movimentos estão despolitizados, desorganizados, acomodados; buscam projetos individuais e particulares; confusão entre papeis, governo e movimentos sociais; não há uma historia de luta no Estado; cooptação de lideranças durante o governo populista; necessidade de empoderamento das lideranças; universidades têm as suas mazelas políticas e sociais, acaba tornando-se um instrumento do sistema.


















Percebe-se que estamos trabalhando na retórica, temos que levantar dados, sair do achismo, participar virando o jogo para a sociedade, conhecer sobre as prestações de contas mensais do poder público; fiscalizar as ações no sentido de fortalecer os espaços de controle social como os conselhos e outros.

Após a partilha da analise, encerramos o dia com o estudo sobre registro, fazendo leitura coletiva e dinâmica do texto – O papel do registro na formação do educador - de Madalena Freire com as seguintes provocações individuais:
·         Como eu registro e sistematizo a minha prática de educador/a?
·         Como meu grupo registra e sistematiza a sua prática.
·         Eu participo do registro e da sistematização do meu grupo no meu grupo.

No sábado dia 11 de agosto, a turma ainda muito animada e com novos participantes, começou o dia com café e dinâmica de apresentação com dança circular, cada participante dizia seu nome o no ritmo da dança circular os demais respondia: “Nós te acolhemos, te damos espaço e seguimos em frente”.



Fizemos memória do dia anterior, facilitada pela educadora Joelma Carvalho.

Durante toda manha de sábado, dividimos os participantes em dois grupos onde fizeram a leitura/ estudo do texto – Para sistematizar experiências de Oscar Jara e debateram sobre as políticas públicas para monitora durante o curso, a partir da realidade apresentada no dia anterior.

















Após o almoço os grupos partilharam o estudo e colocaram a proposta de quais políticas públicas irão ser estudadas e monitoradas pelos participantes do curso durante o período de três anos do mesmo.

Da partilha sobre o texto surgiram as seguintes observações:

Sistematizar possibilita: Compreender como desenvolver a experiência; Diferenciar os elementos constantes, ocasionais, sem continuidade, novas pistas, linhas de trabalho, vazios na ação; Perceber consolidações de processos, rupturas e desenvolvimento de processos; Perceber várias etapas do processo da ação; Diálogo entre saberes; Intercâmbio de aprendizagens e experiências; Extrair novos ensinamentos; Aprender e compartilhada; Ponto de partida (abordagem e aprofundamento teórico); Relacioná-lo a nível crítico.

Em relação as políticas publicas foram apresentadas pelo grupo muitas opções e no exercício de sistematizá-las o grupo optou por quatro que trazem as outras no momento do foco de cada uma. As opções foram: Conselhos; Educação; Economia Solidária; Questão Ambiental.

Na próxima etapa do curso, em outubro deste ano, o grupo se dividirá para o estudo de cada política apresentada.

Encerramos esta primeira etapa do curso com grande entusiasmo e perspectiva do processo de aprendizado. Com aquele gostinho de quero mais fizemos a dinâmica do braço coletivo sentindo a sinergia de cada um e cada uma. Nosso assessor do curso, volta pra Brasília com a mala cheia de novas experiências e uma pequena lembrança da musicalidade da região. 



quinta-feira, 12 de julho de 2012

Rede de Educação Cidadã do Amazonas participa da comemoração dos 11 Anos da Rádio Comunitária “A Voz das Comunidades”






 A Rádio Comunitária “A Voz das comunidades”, primeira rádio comunitária legalizada no Brasil, celebra este fim de semana (13 a 15 de julho), mais um ano de existência, já se vão 11 anos de história e serviço à comunidade.
Serão três dias de atividades, onde a RECID/AM, que acredita numa outra forma de comunicação alternativa, livre do sensacionalismo e da exploração da grande mídia, estará junto neste momento celebrativo da Rádio Comunitária. sensacionalismo No dia 13, sexta-feira a Rádio estará realizando uma manhã de ação social e de cidadania, com tiragem de documentos, consultas médicas, exposições, onde estaremos juntos realizando uma oficina de comunicação popular.
Convidamos todas e todos a prestigiar estes momentos de comemoração.

Atividades:
Dia 13/07 - de 08:00 às 15:00h, Ação Social e Oficina de Comunicação Popular - no Centro de Convivência da Família-Arar, Bairro Amazonino Mendes

Dia 14/07- às 18:00h celebração ecumênica, na sede da emissora, conforme endereça abaixo.

Endereço Rádio Comunitária: Rua Sérgio Dias (antiga rua 36) Nº 68- Bairro Novo Aleixo antigo Amazonino Mendes (Mutirão).
Fone 3641-3498/91584112.

Às 19:00h - atração cultural com cantores locais,  em frente a emissora.

Dia 15/07 - ás 07:00 atividade ambiental.
                   ás 08:00 corrida pedestre.
                  ás 18:00h missa campal em ação de graça, realizada por Dom Luiz Soares Vieira, Arcebispo de Manaus, pelos 11 anos de comunicação popular que a emissora vem prestando com serviço de cidadania, para as Zonas Norte e Leste de Manaus.

Local: Comunidade Ceb-Nossa Senhora Aparecida- Área Missionária São Francisco Setor 09, no Bairro Novo Aleixo Rua João Dourado próximo a Ponte da Colina.

segunda-feira, 2 de julho de 2012

O Banco Aruak, acompanhado pelo educador Pedro Paulo, firmou parceria com empresa de onibus executivo para desconto na passagem do transporte usando a moeda do banco.


Transporte executivo aceita moeda Social Aruak
A diretoria executiva do Banco Comunitário Aruak com o apoio da Prefeitura de Manaus firmou parceria com a empresa de ônibus executivos, Levy Transportes, para o uso da moeda social Aruak na compra de passagem de ônibus com desconto para quem utilizar o transporte coletivo, linha de ônibus 822, que circula no bairro Terra Nova I, II e III e os bairros adjacentes, Manôa e Monte Sinai.

A novidade promete conquistar todos os moradores, principalmente quem depende diariamente do transporte executivo. Este é mais um benefício proporcionado a comunidade do Terra Nova, após a implantação do Banco Comunitário Aruak, inaugurado no mês de abril deste ano pela Prefeitura de Manaus, por meio da Secretaria Municipal do Trabalho e Desenvolvimento Social (Semtrad) e a Diretoria Administrativa do Banco Comunitário.
O Banco Aruak começou a receber os moradores que desejam fazer o câmbio – a troca do Real para a moeda social Aruak – para que possam adquirir sua passagem com um desconto especial. Quem pagava R$ 4,00 agora pode pagar apenas R$ 3,00 pela passagem de ônibus.

Segundo a diretoria administrativa do Banco Comunitário Aruak, mais de 100 pessoas fizeram o câmbio especificamente para a compra de passagem. A procura pelo desconto aumentou de forma significativa que novos contatos estão sendo realizados com o representante da empresa de transporte executivo para que o mesmo benefício se estenda para outras linhas de ônibus.

A diretoria informou ainda que neste domingo (01), às 17h, será realizada uma carreata com os ônibus executivos da linha 822 no bairro Terra Nova com o objetivo de oficializar o novo benefício perante a comunidade. Logo após, será assinando o termo de adesão entre o representante da empresa Levy Transportes e a Diretoria Administrativa do Banco Comunitário Aruak.

Bancos Comunitários: um sucesso na cidade de Manaus
Os Bancos Comunitários estão conquistando cada vez mais a credibilidade da comunidade e vem alcançando sua principal meta: geração de trabalho e renda. Além dos inúmeros benefícios, os bancos chamam a atenção por sua praticidade nas compras com descontos que variam de 5% a 15% nos estabelecimentos cadastrados.

No bairro Colônia Terra Nova, por exemplo, 400 moradores possuem cadastro no Aruak, e 60 estabelecimentos estão cadastrados para receber a moeda social, como mercadinhos, açougues, salão de beleza, padaria, metalúrgica, oficinas, lojas de material de construção, pizzaria, entre outros.

A Prefeitura de Manaus abraçou a iniciativa da implantação de Bancos Comunitários em parceria com o Instituto Capital Social da Amazônia visando o desenvolvimento local. Foi com esse propósito baseado nas políticas públicas de economia solidária que atualmente, três Bancos Comunitários já foram inaugurados: no bairro Colônia Antônio Aleixo (Banco Conquista e moeda Liberdade), Morro da Liberdade (Banco Liberdade e moeda Tucumã) e Colônia Terra Nova (Banco e moeda Aruak).

O Projeto foi bem recebido pela sociedade Manauara que as comunidades estão mais curiosas e interessadas em ter um Banco Comunitário no seu bairro. A ideia repercutiu tanto que, ainda este ano, há previsão para a implantação de mais Bancos Comunitários.

Fonte: ASSCOM/PMM

sexta-feira, 27 de abril de 2012

Encontro Intermunicipal

Os educadores e educadoras militantes da Rede de educação Cidadã Amazonas, estarão este fim de semana, 27 a 29, em mais um Encontro Intermunicipal.


Encontro Intermunicipal da Rede de Educação Cidadã
Dias: 27 e 29 de abril/2012
Local: AM 010-Km 43 (Chácara DOM JULIANO).
Tema: Modelo de Desenvolvimento, Megaeventos (Esportivos), Cúpula dos Povos/ Rio+20 e Megaprojetos.

Objetivo: Realizar analise sobre o Modelo Desenvolvimentista, a partir da formação, multiplicação das ações, para fortalecer as lutas de enfrentamento e a construção do Projeto Popular com Grupos de Base, Movimentos Sociais e Articulações em Rede.

Estratégia: Articular setores que já estão envolvidos, como Movimento de Mulheres, Movimentos pela Moradia, Movimento de Economia Solidária, Juventudes e outros.
1.    Analisar o Modelo de Desenvolvimento;
2.    Problematizar os impactos dos Megaeventos (Esportivos) e Megaprojetos;
3.    Fortalecer a luta contra a violação de direitos;
4.    Debater e articular a participação na Cúpula dos Povos/ Rio+20;




quarta-feira, 4 de abril de 2012

VIVER, MORRER, VIVER DE NOVO!

               A vida tem dessas coisas. Parece às vezes que a gente já viveu tudo. Já doou parte de seus dias, pregou a mensagem até no deserto, caminhou mundos e fundos, entregou-se como se mais tempo não houvesse, amou os que ninguém amava.
                Você diz coisas fortes, fala verdades. Prega a igualdade. Questiona as leis vigentes. Enfrenta a religiosidade hipócrita. Visita os pobres, acarinha os desprezados pelo poder vigente. Pratica sua mensagem até a última gota.
                Arranjou adversários e inimigos. Gente que não gostou de suas palavras e gestos. Você continua a pregar, não deixa de dizer o que pensa. Espreitam-no na esquina, deixam recados por terceiros. Você começa a sentir algum medo. É preciso fazer-se acompanhar pelos amigos mais chegados, cuidar os passos, eventualmente até esconder-se.
                Você não é tão novo nem tão velho, mas sente que o dia derradeiro está chegando. Resolve reunir os amigos mais amigos, aqueles aos quais você transmitiu suas verdades mais verdadeiras e a quem abriu de fato seu coração, a quem você pediu para continuarem sua estrada. Você lhes diz que sua hora está aí, na porta, não mais no horizonte. Oferece-lhes a última comida, a última bebida, abençoa e partilha com todos e todas o que há para comer e beber, distribui suas últimas palavras, desejos e sonhos. Pede que não o esqueçam nem abandonem.
                Eles, os que não gostam de você, os que não aprovam suas idéias, os que sentem seus privilégios atingidos, o prendem na esquina, na beira de um bosque. Fazem um julgamento de fachada atrás de umas árvores, julgam-no culpado por todos os problemas do mundo. Tentam desmoralizá-lo com calúnias e mentiras. Dizem que você disse ser o salvador da pátria, o redentor de todos os pecados, o julgador de todas as injustiças. Resolvem executá-lo. Jogam seu corpo em cima de um monte de palha, à luz da rua, para que todos e todas saibam que você, renegado, rebelde, insubmisso eterno, está morto, definitivamente morto. Que ninguém vá atrás de você, ninguém o procure nunca mais, tenha a coerência e a hombridade de dizer que foi seu amigo e companheiro ou, muito menos, tenha a coragem de assumir e seguir suas idéias.
                Mas você não pode morrer definitivamente ou para sempre. Alguém precisa lembrar-se de suas pregações. Afinal, você não passou pelo mundo para ser um pobre desgraçado  morto de quem não se fala mais, que não deixou nada registrado por escrito ou de alguma outra forma. Uma meia dúzia de medrosos, aqueles de sua última janta, anda se esquivando pelas vielas e nas quebradas da noite com medo de aparecer e assumir publicamente que moraram contigo, passearam contigo pelas coxilhas, percorreram favelas, enfrentaram os hipócritas dos templos, confrontaram a teu lado os poderosos de ocasião, beberam tuas palavras, te amaram. Você precisa reaparecer, ser de novo reconhecido, alguém precisa continuar seus passos, trilhar seus caminhos.
Mas quem, quem o fará? Quem terá vergonha na cara e coragem?
            Uma mulher, sim, uma mulher terá coragem para proclamar que viu seu corpo, que você continua vivo, e que é preciso seguir em frente, reunir de novo os mais amigos dos amigos, para que cada um deles reúna seus amigos mais amigos, e aí já são dezenas, mais os mais amigos dos mais amigos deles, e aí serão centenas, daqui a pouco milhares ou milhões.
                Você está vivo, sua vida não foi em vão. Suas idéias de um mundo justo, de igualdade, de um Reino onde todos e todas são irmãos irmãs, companheiros e companheiras, de um Reino onde a liberdade terá a última palavra, o amor estará acima de tudo não foi enterrado, sepultado, não foi crucificado. A vida continua, assim como o sonho que você plantou. Sua passagem pelo mundo não foi em vão.

Feliz passagem a todas e todos. Feliz Páscoa!


                               Selvino Heck
Assessor Especial da Secretaria Geral da Presidência da República
Em quatro de abril de dois mil e doze

Assunto: Processo Seletivo de Educadoras ou/e Educadores Populares

Caros (as) educadores(as) populares e participantes do coletivo Recid Amazonas e parceiros.

A Rede de Educação Cidadã/Talher AM encerra mais uma etapa do do Convênio - 750364/2010, entre SDH/PR e CAMP – Projeto Educação Popular, Políticas Públicas e Direitos Humanos, planejado e efetuado durante os meses de agosto de 2011 a março de 2012.

Como perspectiva de continuidade, teremos um aditivo a partir de maio próximo. Neste sentido, apresentamos para o conjunto da Recid/AM e seus parceiros, a possibilidade de contratação de educadores(as) populares, para um período de 06 meses.

Dentre as tarefas, funções, destes educadores ou/e educadoras destacamos a tarefa de animar e articular os processos da Recid no Estado, execução do convênio e do Programa Nacional de Formação, além do acompanhamento das ações de articulação e mobilização da RECID no estado.

Para isso, uma Comissão, formada pela acompanhante do Talher Nacional, representante da Comissão Nacional e um educador(a) voluntário membro da Entidade Âncora, selecionará os currículos para avaliação e possível contratação desses educadores ou/e educadoras. Contudo, os (as) candidatos(as) devem observar os critérios abaixo.

1. O candidato ou/e candidata deve ter perfil e facilidade para:

• Ser militante e educador(a) popular;
• Ter experiências com trabalho de base e na educação popular;
• Compromisso com o projeto Popular para o Brasil;
• Ter conhecimento do Projeto Político Pedagógico da Recid;
• Trabalhar com metodologia da Educação Popular freireana;
• Ser uma pessoa articulada junto aos movimentos sociais, estar atento aos problemas e conjunturas políticas e sociais do estado;
• Ter capacidade de realizar formação na base e a gestão compartilhada;
• Saber trabalhar em equipe e respeito à diversidade;
• Entender de informática, navegador de internet;
• Facilidade de leitura e elaboração de relatórios/sistematização das práticas pedagógicas;
• Disponibilidade para viagem pelo Estado/Nacional e trabalhar nos finais de semana e feriados;
• Saber respeitar o tempo e autonomia dos movimentos sociais;
• Ter facilidade de comunicação e interação com os atores, atrizes dos processos pedagógicos, capacidade de articulação política e busca por novas parcerias.

2. Vaga disponível: 02 (sendo 01 de 40h e 01 de 20h).

3. Entrega de currículos, dizendo em qual carga horaria estará concorrendo: no período de 01 a 15 de abril de 2012 até às 12h por e-mail ou direto na sala da RECID/AM (Rua Tapajós, 799, Centro) pela manhã ou a tarde – horário comercial. E_mail da Recid: recidam@gmail.com

4. Data da seleção de candidatos/as: 23 de abril de 2012. Os candidatos selecionados(as) ou não, serão comunicados(as), como também o Coletivo da Recid do Amazonas contendo a justificativa das escolhas.

A RECID/AM agradece a todos e todas que contribuírem com esse processo e deseja uma boa sorte!

terça-feira, 20 de março de 2012

Carta Memória II - 11º Encontro Nacional RECID



       Acordamos com o cortejo cultural da RECID, essa equipe de animação é porreta (se não fosse ela não levantaríamos). E com muito esforço levantamos. Brasil....sil...sil...sil, mostra a tua cara! Depois de um grito desses não houve quem não despertou.
       Começamos então o dia sob a coordenação do Marcel e da.... e dá... ué cadê? Ah! Chegou! Sandra. Uma olhadinha na programação, equipes de trabalho e não se esqueçam, e houve ainda o anúncio: Não iniciaremos se as equipes não estiverem completas! Corre-corre povo, e ainda um lembrete: não se esqueçam das reuniões. Acorda RECID que ele chegou, falou que vinha e veio, o ministro Gilberto Carvalho - Vocês cumpre um papel primordial, com o trabalho de base mudemos essa realidade difícil, mas temos avançado, e como temos avançado. O ministro se foi e com ele a plenária quase toda, vamos retomar pessoal, vamos retomar que o dia mal começou.
       Após um certo esforço conseguimos retomar com o educador Cláudio Nascimento que nos levou a viajar nos processos de lutas históricas no Brasil. E ai o que fazer? E então fazer o que? Depois desse longo resgate histórico e de todas as contradições (palavra da moda) e de mais algumas reflexões trazidas pela plenária é hora de um cafezinho.
      Tan, tan, tan, tan, tanananan. Entra no ar o jornal popular do Centro-Oeste – Questão do avanço do agronegócio, o uso dos agrotóxicos, questão da reforma urbana (a falta dela) mega eventos em debate, com gente importante no estúdio sendo entrevistado ao vivo, com reportagem ao vivo também. Na tela digital a apresentadora mostra os desafios da região. Embarca Centro – Oeste, embarca, molha o pé mais não molha a meia...
       Embalados pelos belos versos de Patativa do Assaré o nordeste entra em cena – Êta! cabras da peste, a vida não esta fácil por lá não, nunca foi na verdade, mais um povo que nasceu e vive na luta não desiste jamais. Já faz três noites que pro norte relampeia... eu vou embora vou cuidar da plantação.
         Chega o sudeste no embalo do Rap, nos livramos do FMI mais olha a FIFA ai, copa pra quem, não pro povo meu bem. A situação não é diferente das outras regiões, pior um pouco, tudo em dobro. Mais o povo resiste, mesmo que de forma espontânea às vezes. Chega de ataques à classe... Conclua companheiros o povo tá doido para almoçar.
          Fomos para o almoço mortas/os de fome, é na verdade, quase mortas/os a fila tava imensa, mas nem tanto para lavar as louças. Barriga cheia é hora daquela sonequinha... só pra quem não tem reunião. O tempo voa e já é hora de voltar. Vixi! Inté a equipe de animação sumiu... Vamos voltar povo, e vamos de samba.
          E lá vem o norte, com os sons da floresta, sua roda envolvente, as lutas colocadas na ordem do dia. Realidade cruel, desafios gigantes, mas não nos calaram e o trabalho de base e na base continua...
        Por fim chega o Sul, com suas bandeiras de luta e uma poesia acompanhado de uma canção para entrar no clima, e entramos. “Mão pra cima, cintura solta... (essa não faz parte da apresentação do Sul mas uma contribuição da plenária) Apesar de governos de cores partidárias diferentes nos estados da região, a vida continua dura guri. Privatização aqui, ali e ai. Mais resistimos e continuaremos a resistir.
         Educadoras e educadores vamos levantar, olha para algo que você deseja, abrace, aperte, beije e... ai, ai, assim você me mata...
        Então sem mais, vamos aprofundar essa conjuntura, o educador Ney do MST e o educador Denis... Dênis?! Dênis?! Ai, ai, ai... sumiu, fugiu do debate? Não! Adoeceu, e a equipe Ângela de cuidado com o outro, foi cumprir sua árdua tarefa, melhoras companheiro! Aprofundemos sobre nossa reflexão, crise do capital, mundo em confusão, Europa ajoelhada, e o Brasil? Não vamos muito bem não. Nada de mudanças estruturais. É, o companheiro desceu a lenha, não podia ser diferente, somos movimento social. Acomodar jamais. Mais parece que nem todos/as agem assim que o diga aqueles que escreveram aquele documento em 1987. “Do que foi feito amigo de tudo que a gente sonhou...”
        Intervalo minha gente, cafezinho pra relaxar, uma roda de cochicho para ruminar o debate como diria Paulo o Matoso. E vamos retomar... não antes daquele esforço sobre humano da equipe de animação no samba/pago/pmb/forró... tão atirando para todos os lados.
        A equipe pedagógica do CAMP entra em cena para nos mostrar uma sistematização das oficinas realizadas neste convênio. Bonito RECID, que bonito, estamos fazendo a diferença. Ou pelo menos tentando, e assim vamos caminhando.
       Legal! Então... vamos voltar o debate da conjuntura? Ei, não corram, calmam, venham aqui, gente! Gente! Pessoal? Tem mais recados... as.. os... é... É o pessoal se rebelando, continuar ou não continuar, eis a questão. Vamos então adiar esse negocio para amanhã. Comemoração geral. E a coordenação do dia não teve tempo de dizer tchau... Tá bom, mas não tá.
      Quem pensa que o dia acabou está muito enganado/a, e as reuniões? Segura pessoal, rapadura é doce mais não é mole não. Não posso ficar mais nenhum minuto com vocês sinto muito amor mais não pode ser... inté mais, me Pueblo.

Equipe de Comunicação do 11º Encontro Nacional

terça-feira, 24 de janeiro de 2012

As mulheres e a construção do projeto popular

O Intermunicipal das Mulheres aconteceu nos dias: 20 a 22 de janeiro de 2012 no XARE (CIMI) BR 174 /KM 22 RAMAL DA ESCOLA AGRICOLA, em Manaus –Amzonas, com o tema: As mulheres e a construção do projeto popular, tendo como objetivo: qualificar o processo de empoderamento das lideranças dos movimentos e grupos de mulheres, a luz do trabalho de base visando o enfrentamento a violação dos direitos humanos das mulheres.
Iniciamos no dia 20, a noite com a mística Vivência do cuidado – com os elementos da natureza ao redor de um altar representado pelos 05 elementos da natureza, água, fogo, ar, terra e nos seres humanos, para celebrarmos o Sagrado Feminino, resgatando brevemente a parte da história das mulheres que não foi dita nos livros, esquecida ao longo da historia e como sua participação foi preponderante na construção da historia. As três fases da mulher do sagrado feminino: dozela/descoberta do novo, na construção do caminho, amadurecimento/cuidadora e anciã/sabedoria. Nesse momento cada mulher  identificava seu momento e sua fase.  Como as mulheres antigas nossa historia da infância a maturidade foi partilhada em cumplicidade, buscando a harmonia com espaço, o tempo e a memória. 
  

A partilha, o cuidado, a cumplicidade banhou nosso corpo e a alma. O encontro nos trouxe  próximas do sagrado femenino.
Dançamos, choramos, percebemos e refletimos deitadas na historia das mulheres. Acalentamos nosso passado não vivido, berramos o presente e projetamos um futuro onde nós caminharemos ao lado de nossos companheiros. Sonhamos com dias melhores para homens e mulheres.  Sonhamos com o conto da loba.

A Mulher-Loba
Existe uma velha que vive num lugar oculto de que tod@s sabem, mas que pouc@s já viram. Como nos contos de fadas, ela parece esperar que cheguem até ali pessoas que se perderam, que estão vagueando ou à procura de algo.
            Ela é circunspecta, quase sempre cabeluda e invariavelmente gorda, e demonstra especialmente querer evitar a maioria das pessoas. Ela sabe cacarejar, apresentando geralmente mais sons animais do que humanos. Dizem que ela está enterrada na periferia, perto de um poço.
Dizem que foi vista viajando para o sul de Iranduba num carro incendiado com a porta traseira arrancada. Dizem que fica parada na estrada perto de Itacoatiara, que pega carona aleatoriamente com caminhoneiros até Manacapuru. Ou que foi vista subindo o morro de São Gabriel da Cachoeira com galhos de lenha de estranho formato nas costas. Ela é conhecida por muitos nomes: a Mulher dos Ossos, a Trapeira, a Mulher-Lobo.
       O único trabalho de La Loba é o de recolher ossos. Sabe-se que ela recolhe e conserva especialmente aquele que corre o risco de se perder para o mundo.
       Sua caverna é cheia de ossos de todos os tipos de criaturas do deserto e da floresta; o veado, a cascavel, o corvo, a onça. Dizem porem que sua especialidade reside nos lobos.
Ela se arrasta sorrateira e esquadrinha as montanhas e os leitos secos dos rios, à procura de ossos de lobos e, quando consegue reunir um esqueleto inteiro, quando o último osso esta no lugar e a bela escultura branca da criatura está disposta à sua frente, ela senta junto ao fogo e pensa na canção que irá cantar.
Quando se decide, ela se levanta e aproxima-se da Criatura, ergue seus braços sobre o esqueleto e começa a cantar. É aí que os ossos das costelas e das pernas do lobo começam a se forrar de carne e que a criatura começa a se cobrir de pelos.
           Loba canta um pouco mais, e uma proporção maior da criatura ganha vida. Seu rabo forma uma curva para cima, forte e desgrenhada.
            La Loba canta mais, e a criatura lobo começa a respirar.
            E La Loba ainda canta, com tanta intensidade que o chão da floresta estremece, e enquanto canta, o lobo abre os olhos, dá um salto e sai correndo morro abaixo.
Em algum ponto da estrada, quer pela velocidade, por atravessar um rio respingando água, quer incidência de um raio de sol ou de luar sobre seu flanco, o lobo de repente é transformado numa mulher que ri e corre livre na direção do horizonte.            
Por isso diz-se que, se você estiver perambulando pela floresta, pela beira do rio, por uma estrada por volta do por do sol, e quem sabe esteja um pouco perdida, cansada, sem dúvida você tem sorte, porque a Mulher – Loba, a La Loba, pode simpatizar com você e lhe ensinar algo – algo da alma.
Na história, a Mulher-Loba indica o que devemos procurar: ela, mesma: A Mulher Selvagem.
  Ela é a Guardiã da Alma.
            Como La Loba, nós quase sempre começamos num deserto. Temos uma sensação de perdas de direitos, de alienação, de não estarmos vinculadas nem mesmo com uma moita de espinhos. Sem a Mulher Selvagem perdemos nossa forma. Sem uma linha direta com ela, diz-se que os seres humanos ficam desalmados ou que sua alma está perdida. Ela dá forma à casa da alma e constrói mais com suas próprias mãos.          



         Assim entre o estudo teórico conduzido pelas professoras Marcia Oliveira e Graciela Rodriguez, gememos na canoa descendo o  rio, simbolizado pela forte chuva.
            Compreender o processo histórico de violência contra mulheres, fazendo  ligação com a natureza, com o processo de desenvolvimento, as mudanças no clima  e a realidade cotidiana de cada uma de nós, possibilitou identificarmos o quanto somos violentadas.  
            A realidade vivenciada por cada uma foi contada de forma selvagem como loba, derrubada de madeiras, falta de água, estupro, queimadas, falta de infra-estrutura, falta de cuidado por parte dos gestores, assim fomos colocando as angustias. Viemos de longe, chegamos de ônibus, barco, canoa para ouvir, partilhar, sonhar, aprender e fortalecer os laços. Esse foi nosso inter das mulheres = espaço de poder.

quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

A Rede de Educação Cidadã em parceria com Fórum Permanente das Mulheres de Manaus, estará realizando nos dias 20 a 22 de Janeiro o III Intermunicipal com o tema: As mulheres e a construção do projeto popular e tem como objetivo, qualificar o processo de empoderamento das lideranças dos movimentos e grupos de mulheres, a luz do trabalho de base visando o enfrentamento a violação dos direitos humanos das mulheres.

O encontro acontecerá no Xare, Characá do Cimi, na BR 174 KM 22, irão participar as mulheres do movimentos sociais e populares, agricultoras, sindicalistas dos sindicato dos trabalhadores/as rurais, dos municipios, Maues, Barreirinha, Iranduba, Parintins, Boa Vista do Ramos, Nhamunda, Urucará e da capital, Manaus.